domingo, 26 de outubro de 2014

área core

Sei que na área core espera-nos uma resposta. Tímida, ansiosa por chegar aos lábios silenciosos. Nada dirá de nossas roupas, de nossos sapatos já gastos. Embora saiba, como nós a sabemos, que tal foi nosso caminho. Que não descansaram os dedos, ainda que apertadas as sacolas em que trazíamos pedras antigas. Adivinhará, imagino, o nome do animal que nos entregou as tais pedras. E aqueles que deixaram sinais no chão, nos galhos e arbustos. Não eram índios; antes era deles a sombra detida sobre quatro patas e pássaros. Ainda naquela cidade, onde os pássaros convidam a um céu de chumbo. Sei que nos espera a resposta, a resposta, a difícil e vidente resposta. Ó lentos, alheios poderes do láudano.

Luis Gustavo

Nenhum comentário:

Postar um comentário