sábado, 17 de outubro de 2020

ÁUREAS & NOSTOS


 

a jazante tâmara queixa às águas

e de um chão de areia logo larga:

a grossa casca a sua noz enfralda

e na corrente desce, deixa a casa


no burburinho choro das camisarias

uma qualquer memória dos sinistros

tons da tâmara como se de oliveiras

e repartidas cãs, os deixai-disso


mais descascam abusões os boticários

quando é ouro o odor conflagrado:

das senhoras de sargaço e adágios

uma noz se abre à foz, nunca aos lábios.


Poema meu que brinca com os versos de um poema de Marcus Fabiano Gonçalves: OS BONS VENTOS (BÓREAS& NOTOS)