Ao deus do tempo,
que subverteu as cores de maio,
e pôs sobre nossas cabeças nuvens espessas,
rogamos piedade.
Ao deus de muitas cabeças
que empalidece flores e folhas
colhendo para o futuro a morte necessária
rogamos piedade.
Ao deus que aos seus aflige,
com o fito da esfinge,
com o verso da saudade.
Ao deus do filtro turvo,
dos olhos sujos, da finitude,
rogamos outra morte.
A morte da saúde,
o fim da saúde e da saúva,
a sequidão da verdade.
E assim quebremos como a casca dura
e o caule que há sem verga em cada árvore.
Tornemos pó ao pó, poeira que há na tarde,
e assim saber de agosto o denso, o espesso;
a grossa tempestade.
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